No começo do dia, ouço o despertador, as notícias, os sons das máquinas, ouço o toque do telemóvel, olho para a agenda, para os livros, para as contas a pagar, para os compromissos e deveres e fecho-me. Será possível fazer de outro modo? Reagir de qualquer outra maneira? Acho que não. Somos demasiado frágeis para conseguir absorver tudo isto com facilidade. Então, vou para o campo, para a aldeia, onde nada acontece, enterrar a minha cabeça e tentar deixar de ouvir os compromissos, as contas, as notícias. Mas regresso. Tenho de regressar. E vou continuando a jogar o jogo. Interminável e inesgotável. Alinho, vou continuando até ao dia em que puder deixar tudo para trás. Para ajudar, ponho um cd a tocar, bebo um café e coloco o som no máximo até conseguir deixar de pensar. É uma estratégia. Na maioria das vezes funciona. Faz-me sentir ainda mais adolescente. Com o som no máximo, deixo de ouvir as máquinas, o telemóvel, a agenda, o computador, as pessoas. Fico melhor. Fico como se estivesse num aquário de música.
Obrigada música.
Tua Rita
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