domingo, 9 de dezembro de 2012

Viver será mais difícil de definir, mas já morrer tem algumas definições brilhantes. Aqui ficam duas da autoria de António Lobo Antunes:

Morrer é quando os olhos se transformam em palpebras.

Morrer é quando há um espaço a mais na mesa, afastando as cadeiras para disfarçar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

 A Ema disse: a cada comprimido que tomo, a cada gota de sangue que me retiram, a cada raio x que fazem, levam-me uma sinapse. Após 17 anos destas experiências químicas e radioactivas, já não sou eu. Eu era maior, agora menor. A cada dia, a cada jantar levam-me a vontade de participar. Só quero estar. Ficar. Não falem comigo pois não vos entendo. Cada vez vos entendo menos e mais me encontro só. Só com os meus fantasmas, as minhas sombras que me comem viva e me isolam. Solidão imensa bebe a minha vontade.