quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Abriu um buraco no tecto da minha casa

Abriu um buraco no tecto da minha casa. Começou pequenino. Agora está maior. Quando olho com vagar parece que consigo vê-lo a crescer. Há momentos em que cresce rápido. Há outros em que cresce lentamente. Não há explicação científica para o facto. Mas o que é certo é que ele lá está. As estrelas olham para mim através dele. E, às vezes, até vejo a minha irmã a dançar com elas ao som das cores do arco-íris. É um buraco grande. Diria eu. Outras vezes, vejo baratas a entrar. Fazem barulho. Assusto-me e deito-me na cama a olhar cheia de medo para aquela porta que tenho no tecto. Já dei voltas à cabeça a tentar arranjar um modo de o fechar. Mas está cada vez maior e eu não sei o que fazer. O outro dia, subi no escadote e fui lá espreitar. Vi a anatomia dos tijolos e do cimento. Vi o céu azul. Sim, decidi enfrentar, de dia, o buraco. à noite é mais difícil: posso tropeçar ou até não encontrar o caminho de volta. Não sei mesmo o que fazer. Se houver alguém que me diga como posso fechá-lo, por favor, POR FAVOR, diga-me. Vou ficar à espera. À espera, agora, no exacto momento em que ele alargou mais uns centímetros.

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