Frederico: Acho que os nossos pais não tiveram muita sorte connosco.
Francisco: Como assim?!
Frederico: Tu morreste de um desgosto de amor e eu escolhi mal o amor. Ambos fizemo-los sofrer. Se não nos tivessem feito, não sofreriam por nós e por eles.
Francisco: Achas mesmo?
Frederico: Talvez. Acho que sim.
Francisco: Eu daqui, não sei. Daqui de onde estou só manipulo a água.
Frederico: Eu sei. Já dei por isso.
Francisco: Não te assustes: é o único modo que tenho para comunicar contigo.
Frederico: Às vezes assustas-me. Sabias?
Francisco: Imagino.
Frederico: Podes continuar. Eu sei que és tu.
(parte deste diálogo só é compreensível para a Patty. Os restantes leitores (caso os haja) terão de preencher os espaços em branco do texto.)
1 comentário:
...e a mãe estava por detrás do cortinado e ouviu a conversa sem querer...
sentiu um arrepio... um frio intenso no buraco enorme que traz no sítio do coração...
que grande equívoco... a mãe era tão feliz,mas tinha medo... apesar de saber que um dia as suas filhas seriam mulheres, que iriam crescer e perceber que a vida é um equívoco... que não há felicidade, que não há amor perfeito, que nada é perpétuo, tudo tem um princípio e um fim ... e que no meio fica a decepção, a raiva, a revolta...
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